O grandioso funeral da Rainha Elizabeth II deixou uma marca indelével na memória de milhões ao redor do mundo. Paralelamente, a dedicação do templo de Jerusalém, durante o reinado de Salomão, deve ter sido um evento igualmente impactante para todos os presentes.
A construção do templo demandou aproximadamente sete anos, mobilizando uma vasta força de trabalho: 70 mil homens responsáveis pelo transporte de materiais, 80 mil dedicados à extração de pedras nas colinas circundantes e 3.600 supervisores. A magnificência do templo era notável, com profusão de ouro, esculturas elaboradas e pedras preciosas adornando cada detalhe da estrutura. Embora o rei Davi acalentasse o desejo de construir um lar para o Senhor, a honra recaiu sobre seu filho, Salomão, que reconheceu a magnitude da tarefa ao declarar que “a casa que edificarei há de ser grande, porque o nosso Deus é maior do que todos os deuses”.
Durante a cerimônia de dedicação, Salomão ponderou: “Mas, de fato, habitaria Deus com os homens na terra?”. Ele questionava se o templo, por mais imponente que fosse, seria capaz de conter o Deus cuja vastidão excedia a dos próprios céus. Seria possível restaurar o relacionamento íntimo que Adão e Eva desfrutaram com Deus no Jardim do Éden?
Apesar dos anos de construção e dos recursos incalculáveis despendidos, Salomão reconhecia a imensidão divina. Como poderia uma morada construída por mãos humanas ser verdadeiramente majestosa para o Criador do universo? Contudo, Deus, que habitava nas trevas do Monte Sinai, condescendeu em se encontrar com seu povo naquele local. Essa ação revela o desejo divino de redenção e de comunhão com a humanidade.
Ainda assim, mesmo com a importância do templo como um ponto de encontro com Deus, persistia uma sensação de incompletude. Isso porque o plano divino sempre se concentrou em uma pessoa, não em um objeto ou local.
A história da mulher no poço, conforme narrada em João 4, ilustra esse ponto crucial. A mulher samaritana questiona Jesus sobre o local apropriado para a adoração, mas Ele responde que a verdadeira adoração transcende um local específico, requerendo adoração em espírito e em verdade.
Jesus é a Palavra eterna de Deus, aquele que existia “no princípio”. Ele, que não poderia ser totalmente contido no templo de Salomão, escolheu assumir a forma humana para habitar entre nós e nos permitir habitar com Ele para sempre. Assim, em vez de indagarmos se Deus habitaria na terra, podemos afirmar com convicção que Deus habitou na terra.
O Deus da eternidade se manifestou na pessoa do Filho para viver em sua própria criação sem deixar de ser Deus. A plenitude da divindade estava contida em um corpo humano. Aquele que moldou o cosmos se tornou uma partícula em seu próprio cosmos.
E Ele continua a habitar com seu povo hoje, através do Espírito Santo, que foi derramado sobre aqueles por quem Jesus veio, viveu, morreu e ressuscitou. Aqueles que confiam em Cristo, que o amam e que foram reunidos como pedras vivas a Ele, são agora o próprio lugar onde Deus reside.
Portanto, podemos nos maravilhar com o fato de que Deus realmente habitou na Terra e que, se estamos em Cristo, somos edificados como morada de Deus pelo Espírito. A igreja, nós, é a casa que Deus construiu para habitar na terra.
Fonte: estilomix.com